sábado, 2 de fevereiro de 2013

Historiografia pós-moderna?

Frank Ankersmit é um historiador holandês que defende (ou defendia) uma escrita da história a partir de pressupostos teóricos e metodológicos pós-modernos. O pesquisador publicou um artigo em 2001, no Brasil, intitulado “Historiografia e pós-modernismo”, do qual eu parto para discutir a questão levantada no título. Esse debate me parece importante porque atualmente tem se usado com frequência o adjetivo “pós-moderno” para desqualificar uma determinada atitude, visão de mundo ou perspectiva de pesquisa de uma série de autores que são muito diferentes entre si. O que mostra uma total falta de critério na análise. Sendo assim, será interessante apresentar os argumentos de um historiador que se caracteriza como pós-modernista.

O conceito de pós-modernidade

Embora o termo já estivesse em uso pela arquitetura e outras áreas, ele se efetivou em 1979 quando foi enunciado pelo filósofo francês Jean-François Lyotard. Para este, a pós-modernidade designa “o estado atual da cultura após as transformações que afetaram as regras dos jogos da ciência, da literatura e das artes a partir do final do século 19” (2009, p. xv). Pensa-se, portanto, na crise dos relatos. Mas que relatos seriam esses? Os relatos são narrativas especulativas que procuram organizar uma sequência lógica dos argumentos para convencer o interlocutor de algo (procura-se o consenso e não a verdade propriamente). A ciência é casuística, aplicando-se às particularidades de cada caso, tratando-os em sua especificidade, e, por isso situa os relatos à margem. Porém a ciência precisa deles para constituir sua fundamentação – de ordem filosófica especulativa. Para suprir a necessidade de um relato que justifique seu procedimento que embasa o saber científico, a ciência cria um metarrelato ou uma metanarrativa. Ou seja, uma grande narrativa (explicativa) generalizante que engloba e submete as pequenas narrativas à sua autoridade. Uma espécie de metafísica da linguagem.

Lyotard diz que para o moderno “a regra do consenso entre remetente e destinatário de um enunciado com valor de verdade será tida como aceitável, se ela se inscreve na perspectiva de uma unanimidade possível das mentalidades racionais: foi este o relato do Iluminismo, onde o herói do saber trabalha por um fim ético-político, a paz universal” (p. xvi). Isso acaba justificando as instituições sociais (o Estado, por exemplo) e o vínculo social (o que é comum entre todos), pois se acredita no metarrelato, numa filosofia da história em direção ao progresso. 

Condição histórica da existência do pós-modernismo

Entretanto, a experiência histórica das duas guerras mundiais, dos totalitarismos e do holocausto pôs abaixo a crença no metarrelato do Iluminismo e, por extensão, a fé que a ciência nos levaria ao progresso ininterrupto. Lyotard, usando a dialética, deixa claro que a ciência criou sua própria contradição ao classificar os relatos como fábulas. Portanto, a pós-modernidade faz parte do processo evolutivo da modernidade, que designa a incredulidade diante das metanarrativas.

Com o tom pesaroso ao anunciar a descrença nos metarrelatos, Ankersmit propõe, de maneira meio desconfiada de si mesmo e resignada à situação histórica, um modelo de escrita do passado mais para sanar um problema que foi colocado pela impossibilidade da história ser uma ciência objetiva, do que para comemorar a libertação das grandes narrativas. O problema para Ankersmit, gerado por esta condição, é que houve um excesso de publicações de pesquisas sobre história nos últimos 150 anos, o qual levou uma diluição do passado. Não temos mais um elo direto com este, porque agora existem muitas interpretações e cada vez mais estas abundam. Nessa profusão de pesquisas e de textos, o passado não existe mais em si mesmo, mas apenas em interpretações. Ele dá o exemplo dos estudos da obra de Hobbes, com suas dezenas de comentadores e intérpretes. São tantas as análises valiosas e distintas que a obra em si se perdeu nesse imenso mar de interpretação. Nem a obra pode ser ainda um meio de arbitrar tais interpretações. O que leva-nos a entender que (para o holandês) era melhor quando existia somente uma interpretação, logo ela não era tratada como “uma interpretação”, mas o acontecimento do passado em si mesmo.[1] Ankersmit cita inclusive um historiador que queria criar uma espécie de teoria da história que estivesse de fora dessa seara de interpretações, para arbitrar sobre elas, mas obviamente este seria somente outro ponto de vista, outra interpretação.

Uma das saídas para o acesso direto com o passado foi trilhada pela Escola dos Annales quando os pesquisadores desta corrente começaram a pesquisar temas nunca estudados. No entanto, isso não durara tanto tempo, pois logo outros pesquisadores se debruçaram sobre os mesmos objetos, criando novas interpretações destes. Então, o jeito é resignar-se mesmo à condição pós-modernista do saber histórico! A impressão que dá é que Ankersmit chega a essa conclusão assim como Walter Benjamin lamentava a perda da aura da obra de arte devido a sua reprodutibilidade técnica e massiva. Vejamos então as perspectivas e possibilidades da historiografia pós-moderna defendida pelo historiador holandês:

Características da historiografia pós-moderna segundo Ankersmit

1ª) A informação se multiplica. Quanto mais interessante ela for, mais outras informações vão ser geradas a partir dela. Isso é o contrário da visão modernista, na qual a informação significativa é a que põe fim às demais análises.

2ª) A desconstrução da causalidade é um procedimento de pesquisa. A relação entre causa e efeito é repensada, não havendo uma necessidade entre as duas. Questiona-se a conexão que o historiador estabelece entre os documentos e os eventos. Considera-se a contingência e o acaso. “A reversibilidade de padrões de pensamento e de categorias de pensamento é enfatizada, sem a sugestão de uma alternativa definida” (p. 119).

3ª) No olhar do pós-modernista, as evidências não apontam para o passado, mas sim para interpretações do passado, pois é para tanto que usamos essas evidências. Para o modernista, a evidência é um azulejo que ele levanta para ver o que está por baixo, para o pós-modernista, ela é um azulejo sobre o qual ele pisa para chegar a outros azulejos; horizontalmente em vez de verticalmente (p. 124).

F. Ankersmit (1945)
4ª) A mentalidade de uma era se revela a medida que entra em contato com outro período. É dada atenção ao não-dito, que remonta um exame psicanalítico. O segredo na personalidade de um indivíduo, de um povo, de um grupo, de uma época, está no que apenas raramente se torna visível por detrás do que normalmente é exposto. A historiografia pós-moderna abre sua tendência a partir da história das mentalidades, segundo Ankersmit. São as migalhas, os pequenos erros e os raros momentos em que o passado se libera, que nos levam a descobrir o que nos é realmente importante. Substitui-se uma história do macro-estrutural por uma história micro-situacional. O autor usa a metáfora da História como uma árvore, assim, ao invés da historiografia pós-modernista almejar descrever e analisar o tronco ou os galhos, como os modernistas tentaram, ela foca nas folhas dessa árvore, fugindo do essencialismo. A preocupação é com o fragmento, com o descontínuo, pois atualmente nos desligamos do contexto histórico, e também como já foi dito, porque parte do pressuposto de que a escrita da história não é chegar ao tronco da árvore, o que seria ilusório, mas apenas nas folhas que logo serão arrancadas pelo vento. Exemplos de historiadores dessa linha: Carlo Ginzburg, Natalie Zemon Davis, Le Roy Ladurie, Georges Duby (p. 128).

5ª) O pós-modernista quer entender como a ciência e a informação científica funcionam, não criar regras para elas, muito menos checar a relação delas com a sociedade. A historiografia pós-moderna não rejeita a científica, mas chama atenção para seu ciclo vicioso, que quer que acreditemos que nada existe fora dela. Mas, fora dela estão todos os domínios, significados e propósitos históricos (2001, p. 133).

6ª) Os relatos sobre o passado possuem natureza metafórica e não literais. É que o foco não está mais no passado em si, mas na incongruência entre passado e presente, entre linguagem que usamos para falar do passado e o passado em si. Tal afirmação é fundamentada porque, segundo Ankersmit, a escolha das palavras e da forma pela qual o texto histórico é construído faz com que ele possua uma opacidade similar a do texto literário, ele atrai a atenção para si mesmo, em vez de atrair atenção para uma realidade fictícia ou histórica por trás do texto. Sob esse viés, a (escrita da) história estaria próxima da arte, pois ela não somente representa a realidade, como também a substitui, criando uma pseudo-realidade que está dentro da realidade. Enquanto isso, o texto se afastaria da linguagem da ciência, que tem a pretensão de ser transparente e de centralizar as interpretações numa só – objetivo almejado pela historiografia moderna que se mostrou fracassado.[2]

7ª) Chegou o momento de pensar sobre o passado, mais do que de escavá-lo e investigá-lo, sobretudo, juntando as peças dos últimos 150 anos de pesquisa histórica (p. 131).

Pitacos safados!

Primeiro gostaria de salientar que existem diferenças consideráveis entre o pós-modernismo descrito por Ankersmit e o que se chama de Teoria Francesa ou de pós-estruturalismo de autores (pelo menos os que conheço um pouquinho) como Deleuze, Rancière, Foucault – mesmo entre estes há diferenças importantes. Por isso, pretendo num próximo texto mostrar em linhas gerais tais diferenças entre o pós-modernismo e o pós-estruturalismo.

O texto de Ankersmit apresenta pontos interessantes, como, por exemplo, pensar uma maneira criativa, honesta e humilde de escrever a história frente às impossibilidades do conhecimento imediato do passado, isto é, do que de fato ocorreu independente de interpretações – diferente do que a maioria pensava no séc. 19 (e muitos ainda hoje). Entretanto, ele esbarra numa série de dificuldades em estabelecer critérios para o tipo de historiografia que designa como pós-moderna. A mais gritante foi, sem dúvida, a inclusão de autores na lista pós-moderna como Ginzburg, Duby e Natalie Davis, e vertentes como a história das mentalidades (integrada aos Annales).

A micro-história de Ginzburg não rompe com a história social, apenas faz um recorte diferente do objeto de pesquisa, que parte da vida de um indivíduo, de um grupo, de uma obra para entender e descrever a série de relações estabelecidas com um contexto histórico ao qual está ligado. Portanto, não está “desligado” do contexto, tampouco pensa em estudar o particular separado de sua articulação com o universal. A circulação de conhecimento, informação e costumes entre “cultura popular” e “cultura erudita” defendida por Ginzburg pretende desenhar uma totalidade a partir de um fragmento, por isso parte da folha (verde e firme) para compreender os galhos e o tronco, se utilizarmos a metáfora de Ankersmit.[3]

A questão que liga ao contexto histórico também pode ser aplicada à historia das mentalidades, uma vez que esta não rompe com o procedimento, nem com a perspectiva de história do século 19 – vincular pessoa, obra e época: esta última categoria como uma série de acontecimentos ligados por uma relação de causa e efeito. Nesse caso, explicando de maneira bem didática, o método para compreensão do passado é feito a partir de uma descrição geral da cultura em totalidade (de uma classe ou de um grupo numa época e num lugar) para submeter tudo o que é produzido ali como pertencente ao conjunto descrito. Duby, por exemplo, biografa Guilherme Marechal para chegar ao conjunto de pensamentos e comportamentos comuns de uma classe de cavaleiros da Idade Média. Febvre, fundador da Revista dos Annales, já fazia história das mentalidades quando disse que não era possível Rabelais ser ateu no século 16; simplesmente porque as pessoas não se colocavam a pergunta sobre a existência ou não de Deus, os utensílios mentais (nos dizeres de Chartier) da época não proporcionavam qualquer possibilidade de alguém ser ateu.[4] Esse tipo de pesquisa não tem nada de fragmentário, de contingente ou de descontínuo.

Se os pós-modernistas acreditam que a informação significativa produz outra diferente, duvido muito que Ginzburg aceitaria uma interpretação distinta que procure compreender o que aconteceu com seu biografado Menocchio sem levar em consideração dois acontecimentos “macros”, a invenção da imprensa e a reforma protestante (desconstruindo suas análises). Mais do que isso, Ankersmit diz que a história social é essencialista, pois quer reconstruir o passado a partir de evidências, e por isso se distancia do pós-modernismo, porém inclui uma autora da história social na lista dos pós-modernos (Natalie Davis). O mesmo pode se aplicar ao programa dos Annales que prende fazer uma história total ou história síntese (que engloba sociedade, cultura, economia, linguagem, etc.), mesmo escolhendo temas antes não-estudados, concebe a articulação dos mesmos a uma totalidade. Nesse sentido, fica ainda a pergunta: quais são os critérios plausíveis para se definir uma historiografia pós-moderna e quem seriam seus representantes?

Referências:

ANKERSMIT, Frank. Historiografia e pós-modernismo. Revista Topoi, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 2, p. 113-135, mar., 2001.
LYOTARD, François. A condição pós-moderna. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.
RANCIÈRE, Jacques. A poética do saber: sobre os nomes da história. Urdimento – Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, vol. 1, n. 15, p. 33-44, out., 2010.
SADER, Emir. As palavras e as coisas. In: Carta Maior, 22-03-2007.

[1] Para Rancière há um problema sério quando se confunde realidade histórica com verdade histórica, pois a realidade é o que aconteceu de fato, é o passado, seu acesso é (im)possibilitado pela linguagem (imagética, escrita) que mostra e oculta ao mesmo tempo o fato. No entanto, às vezes a interpretação presente no texto historiográfico, que faz uma série de conexões nem sempre necessárias ou inevitáveis, acaba sobrepondo-se à própria realidade, tornando-se mais real que esta, quando, por exemplo, aceita-se uma verdade histórica de um evento e não questiona-se se poderia ter sido diferente ou ocorrido uma outra coisa que não tem nada a ver com o que foi escrito e consentido pela comunidade. A revolução francesa pode ser um exemplo nesse caso, segundo o autor. Ver: RANCIÈRE, J. A poética do saber: sobre os nomes da história. Urdimento – Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, vol. 1, n. 15, p. 33-44, out., 2010. [2] Concordo em certa medida com a afirmação de Ankersmit, sobretudo acerca da escolha dos meios descritivos ou da presença destes de maneira meio que inconsciente feita pela subjetividade do historiador ou do jornalista, por exemplo. Não pude esquecer-me do texto que li recentemente de Emir Sader sobre a escolha estratégica de como contar uma notícia, por mais imparcial que ela possa parecer em sua narração. Mas desconfio se houve algum dia um texto que fosse realmente neutro, talvez por não existirem outros sobre o mesmo assunto ele podia se passar de neutro. Neste caso, ao contrário de Ankersmit que pensa o excesso de informações uma falta de civilização, eu acho mais interessante essa quantidade em abundância das interpretações do que só haver uma que passe a ilusão da realidade tal qual aconteceu. Deixo o link do texto de Emir Sader. Vale muito à pena conferir, até porque se notarem bem o jornalista também defende uma posição bem clara: http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=104 (SADER, E. As palavras e as coisas. In: Carta Maior, 22-03-2007). 
[3] Mais sobre a biografia de Ginzburg em: Da (im)possibilidade de historiar uma vida. 
[4] Essa questão foi discutida em outro texto do blog, chamado "Sobre anacronismo".

4 comentários:

  1. O problema da História com seu passado se resume a apenas um: a questão do tempo. Enquanto não levarmos o tempo até suas últimas consequência (como o cinema e outras artes já o fazem) não conseguiremos nunca alcançar e ultrapassar a linguagem do e sobre o passado.

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    1. Penso que a história tem vários problemas e problemáticas no âmbito do conhecimento teórico que fundamente seu saber, mas concordo contigo de que talvez o principal seja mesmo a questão do tempo, que temos pensado pouco sobre, inclusive a partir da noção de tempo virtual da contemporaneidade (para não falar dos outros tempos: messiânico, estrutural, eterno, descontínuo, múltiplo, coexistente, acrônico, etc.). Parece-me haver uma tensão entre o tempo e a linguagem que precisa ser pensada melhor se quisermos escrever alguma coisa que faça sentido a vida das pessoas. Não é uma tarefa nada fácil, mas é um desafio lançado para os audaciosos historiadores do presente (e do futuro). Valeu pelo comentário, Rafael.

      Abraço!

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  2. E aí Munhoz, tudo bom?
    Gostei do teu texto, bem articulado. Pós-modernismo é um tema que me interessa bastante porque trabalho com essa perspectiva em minhas pesquisas. Ao que parece, essa é uma discussão que ainda vai render muito pano pra manga. Por mais que não gostemos de certas posturas dos pós-modernistas, há algo positivo: eles tiraram a historiografia de sua idade da inocência. E a História foi muito mais abalada por essa discussão do que as outras ciências sociais. Poucas áreas tiveram sua pretensão de cientificidade tão questionada como a História. As questões da linguagem, da diacronia pesaram muito nas análises de alguns autores. E nós sentimos isso mais fortemente devido à influência francesa que recebemos, pois a historiografia alemã parece ter ficado praticamente incólume a esse processo.
    Ainda não conhecia esse texto do Ankersmit, mas a questão que ele levanta sobre as múltiplas análises de um autor é interessante. Outro dia eu estava lendo a Marilena Chauí comentando que na Filosofia, essa pluralidade em torno do pensamento de Platão, Hobbes ou Kant, por exemplo, mostra apenas que esses autores criaram uma posteridade através de suas obras. Ao que pergunto por que os historiadores não conseguem encarar isso com a mesma naturalidade? Falando coloquialmente, parece que a historiografia francesa entrou nesse labirinto de cabeça e não conseguiu sair. Claro, não foram somente eles, mas eles puxaram a carroça.

    Abraço

    Bertone

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    1. Tudo beleza, Bertone!

      Realmente é essa a impressão que dá. Que a discussão é porosa e está apenas no começo. Mas a questão principal em jogo é esse conceito de "pós-modernidade". Não me parece uma categoria que rompa com a ideia de um tempo evolutivo e homogêneo, um recorte bem delimitado como a historiografia inspirada em Hegel costuma fazer. Mais do que isso, os autores que utilizam o termo em sua maioria fazem uma leitura de Nietzsche, Marx e Freud, que estão na modernidade - se concordarmos em chamar um período aí longo por esse nome também. Sem dúvida, a maior influencia sobre a academia brasileira vem da França, mas esse debate de pós-modernidade, questionamento da cientificidade através da linguagem (e do pragmatismo) me parece ter aparecido com autores anglófonos como Wittgenstein (escrevia em inglês), William James, John Searle, etc. Tanto que o livro "Condição Pós-Moderna" do francês Lyotard foi escrito nos EUA quando ele dava aulas lá. O problema é que se convencionou chamar de pós-moderno todos os autores que não pensam mais como no século 19, aí sim vem a galera herdeira de Sausurre e a que pensou para além dele (Levi-Strauus, Althusser, Barthes, Foucault, Deleuze, Rancière, Derrida e outros). Mais interessante ainda é perceber que a historiografia alemã (do 19) tão criticada pela Escola dos Annales (que intentava constituir uma ciência - sociologia histórica ou coisa assim), já pensava nos elementos artísticos da história e em muitas coisas que só nos demos conta com as críticas do giro-linguístico; embora, é claro, que essa mesma historiografia tenha optado por fazer ciência, pensando teoria e métodos.

      Sobre a pluralidade de interpretação já vi autores (brasileiros mesmo) dizendo que estaria tudo bem se elas não entrassem em conflito umas com as outras, sem necessariamente uma estar mais correta do que outra. Eu penso diferente, acho que essa pluralidade e esses conflitos são próprios de uma democracia, onde as partes não estão determinadas a priori e podem ser sempre questionadas, colocada em discussão. O consenso nunca me atraiu muito. Se então for forçado pode até abolir a democracia. Bom, é isso. Nada mais que disparates de quem fica lendo "teoria da história". Obrigado pela visita!!!

      Abraços!

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